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O pixo na moda, na lei, no Alto Vera Cruz

Em um dia comum, em horário de pico, em meio aos edifícios e arranhas céus, trânsito caótico, buzinas e muitas pessoas que vão e voltam o tempo todo, lá está ele, parado, sendo observado por alguns e ignorados por outros, querendo conquistar espaço estético e social em meio aos agrupamentos de concreto.


Trata-se do pixo: um ato de escrever ou rabiscar muros, fachadas de edificações, asfalto de ruas e é uma forma de expressão de linguagem visual.


Ele gera debate por dois públicos. Um acredita que ele seja uma poluição visual e, teoricamente, caracterizado por crime de vandalismo baseado no artigo no. 65 da Lei dos Crimes Ambientais, número 9.605/98. O outro o vê como arte livre com o objetivo de promover uma conversa de embates sociais, como uma demarcação de território.


Acerca dos dois públicos, notoriamente, sabe-se que, tanto o pixo quanto o grafite possuem uma mensagem. Um é aceito esteticamente e o outro não. Na junção de pixo e grafite, nasce o grapixo: uma composição única, harmônica, bem estruturada com lettering e desenhos, parcialmente assimétrica.

Foto: Acervo Pessoal

Quando se fala em grapixo, não se pode deixar de citar artistas contemporâneos que promovem uma ruptura estética e social no processo criativo de suas obras. Um exemplo disso é o Pedro Augusto, morador do Alto Vera Cruz, na região leste da capital mineira que, aos 14 anos, teve acesso ao grafite em uma oficina de desenhos no centro comunitário de seu bairro. Através deste, surgiu cada vez mais o interesse pela arte de grafitar, por meio de uma artista de referência conhecida em cenário nacional, a Wannata Rodrigues. Pedro teve seu primeiro curso e, até então, trabalha o realismo em sua obra. Observa-se a sobreposição de letras que, em conjunto, dão formas ao desenho.

Foto: Acervo Pessoal

Na Moda, o pixo está cada vez mais em alta, seja pela autocrítica da estética e padrões impostos, seja pela construção de uma questão indagadora sobre o que é o que não é arte ou por uma construção de lettering como estampa. Um exemplo disso foi a colaboração da marca Calvin Klein com o grafiteiro Pixote, em 2017, com uma pegada street. Foram peças denim, moletons e t-shirts que tiveram como estampa principal o nome da marca reestruturado na versão de pixo. Vale lembrar que, antes, a Gucci também consolidou parcerias com street artists.

Foto: Calvin Klein

Em sua opinião, o pixo é arte ou vandalismo?


Marcel Warley @marcel_warley

Coordenção EMBR

Street Artist: Pedro Augusto @pedro_augusto

Revisão: Messias Jr @jucapensee

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